… a gente quer comida, diversão e arte…“
Bem… comida, diversão e arte, dependendo do lugar e de algumas circunstâncias, podem ser a mesma coisa, podem se confundir. Isto é, num bom restaurante, você consegue tudo isso junto.
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E descobri - desculpem os gourmets e críticos gastronômicos - que na Europa, especialmente em Paris, come-se muito bem em qualquer lugar.
Um exemplo disso: no primeiro dia, assim que chegamos ao hotel, perto das seis da tarde, não tínhamos almoçado. Estávamos cansados e famintos.
Assim, bagagem largada no hotel, banho tomado, saímos para dar uma volta no bairro.
Não era um bairro especialmente turístico. Portanto, os estabelecimentos eram lugares comuns, pequenos restaurantes e bistrôs, que vemos às dezenas, em qualquer lugar de Paris.
Risoto de “gamba” do bistrô Amadeus |
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Por € 24, pedi uma salada, um risoto de camarão (foto acima) e um delicioso Crême Brullé. Mais do que bem servido e - principalmente - com uma qualidade incrível, digna dos melhores restaurantes do Rio ou de São Paulo.
A tradição da gastronomia na França faz com que a referência deles seja altíssima. Ou seja, qualquer chefe ou cozinheiro de qualquer restaurante pequeno tem um nível de excelência muito alto.
Como disse, são restaurantes nada sofisticados. Os menus diários são escritos com giz em lousas que ficam expostas na entrada do restaurante e, se você, já sentado, pedir prá ver o cardápio, eles vão até a entrada e trazem aquela lousa prá você ver.
Salada Basilicata do Centro Georges Pompidou |
De modo geral, os locais para comer nos arredores de pontos turísticos são muito caros.
É claro que o local e o serviço contam. Exatamente como aqui no Brasil. Nem mais, nem menos.
Lembro que na época do ridículo Plano Cruzado, um ”fiscal do Sarney“ chamou a polícia para prender o gerente de um dos restaurantes do Hotel Maksoud Plaza - o mais sofisticado da época - por ele estar vendendo uma garrafa de Guaraná mais caro do que a tabela praticada pelos botecos da Vila Sônia. E o gerente foi preso. Quanta demagogia!
E, se a gente não quer só comida, também quer diversão e arte, isso às vezes pode valer a pena, né.
Ou você não concorda que um prato servido com essa estética visual…
…e num lugar desse, não alimenta também o espírito…
Restaurante do Centro George Pompidou |
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O Boulevar St. Michel - uma espécie de Bixiga de Paris - concentra, provavelmente, o maior número de restaurantes bons e baratos. É um lugar muito alegre e cheio de gente, especialmente à noite.
Os restaurantes do Boulevard St. Michel trazem culinárias de várias nacionalidades.
A comida é muito boa, como sempre…
… mas você pode preferir comer aqui (foto abaixo) - rodeado de obras de arte - no restaurante do Musée D'Orsay, que é lindo…
Restaurante do Musée D'Orsay |
…e também tem coisas muito gostosas, como por exemplo…
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Contudo, o melhor bistrô que frequentamos foi o Bistrô Bonjour.
Não foi em Paris. Nem foi na França. Foi em Amsterdã.
Fica à margem de um dos lindos canais que cortam a cidade.
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É importante dizer que não estou falando aqui de alta culinária. Volto a dizer que frequentamos restaurantes comuns, sem grife, sem assinaturas.
Cozinha feita por gente comum, às vezes até pelos próprios donos e suas famílias, como, aliás, é comum por lá.
A impressão que me ficou é que a excelência da culinária francesa existe porque eles têm essa cultura. Faz parte da rotina e é completamente natural para eles.
Há um item que não foi mencionado aqui por que merece um artigo especial: a patisserie e a boulangerie.
O pão na frança é uma instituição. Tão sagrada que as receitas são regulamentadas por lei federal.
Volto a falar sobre isso, mas enquanto não acontece, fica com a imagem do croissant e, claro, um cafezinho…